Aug 2, 2013

Ramin para o BroadwayWorld.com: PARTE 1 (Traduzido)

Ramin deu uma entrevista ao BroadwayWorld.com onde falou um pouco de toda a carreira e sobre os seus próximos projetos.

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Para ler em a entrevista em português, clique em 'Leia mais' e leia a parte 1. 

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Abaixo:



PARTE 1 // >>>

tradução by Rebeca Gambassi

InDepth InterView: Ramin Karimloo fala sobre os shows do SubCulture, novos EPs, Les Miserables, Phantom of the Opera e mais.

(Entrevista realizada por Pat Cerasaro no dia 31 de julho de 2013)



Hoje, nossa entrevista é com alguém que deixou sua marca no mundo dos musicais com sua atuação como o personagem título do show de comemoração de 25 anos do “Phantom of the Opera” apresentado no Albert Hall em 2011, assim como ser o ator escolhido originalmente para a sequência “Love never Dies”, sem contar a sua longa associação com “Les Miserables”no O2, na West End e no Canadá, onde ele estreia em setembro. O entrevistado de hoje é Ramin Karimloo. 

Depois de ter feito alguns dos principais papeis dos musicais e falando sobre os planos para o futuro, Karimloo nos garantiu acesso à sua experiência e participação em alguns eventos clássicos como os 25 anos de “Phantom” e nos 25 anos de “Les Miserables no O2”. O mais importante é que ele falou sobre o que podemos esperar das apresentações dele no SubCulture nessa semana, assim como seus planos para o futuro com a banda Broadway to Bluegrass, conhecida com Bluegrass, como a gravação de um álbum e a turnê.
 Além disso, Karimloo falou sobre sua participação como Jean Valjean na nova produção de “Les Miserables” que será apresentada em Toronto, no Canadá e dividiu suas lembranças de aparecer no Oscar ao lado do elenco do filme, encabeçada por Hugh Jackman. Karimloo também deu novas notícias sobre uma série de EPs, falou sobre os seus álbuns gravados e como eles foram desenvolvidos, além de comentar sobre seu trabalho na TV britânica na série “The Spa Room” e o seu desejo de fazer mais trabalhos na TV e no cinema no futuro e demonstrou seu entusiasmo com a série Glee, além de muitos outros assuntos.



Até nos ouvirmos ele cantar.

PC: Você já atuou como Joe no “Sunset Boulevard”? Você parece em forma para o papel.

RK: Eu fiz, na verdade, por uma semana (risos)


PC: O que aconteceu? 


RK: Bom, eu fazia Artie Green (na turnê britânica de 2002) por cinco semanas e eles precisavam de um Joe substituto. Então, eu entrei no ultimo minuto e fiz uma audição. Eu lembro que eles me jogaram o script um dia depoism enquanto eu ainda fazia o Artie e disseram “Você vai fazer Joe Gillis daqui a 12 dias”.


PC: Não é muito tempo para se preparar.


RK: Não é mesmo. Mas eu pensei “Oh, tudo bem! Quão difícil isso pode ser?” (pausa dramática) Droga! Ele não sai do palco durante quase todo o 1º ato! (risos)


PC: É um grande papel


RK: Ele sempre está no palco. Eu levei 12 dias para aprender as palavras certas da música “Sunset Boulevard” e deixa o papel inteiro sozinho.


PC: Essaa música muito difícil também. É um labirinto.


RK: Ela é. Ela está sempre mudando! Mas, é o que eu amo nessa música, a não repetição do refrão – a história está sempre mudando e a música é assim também. Mas, sim, é uma grande canção e, é um grande papel de se fazer.É definitivamente um dos que eu gostaria de fazer novamente algum dia.


PC: As duas músicas que você gravou do musical “Aida” no seu primeiro álbum são espetaculares. Ramades é um dos papéis que você gostaria de fazer no palco?


RK: Eu amo esse roteiro – eu adoraria fazer esse show. Eu não sei o que aconteceu com ele – porque nunca veio para Londres ou qualquer outro lugar.




PC: A sua gravação de “Letter” de Ramades é fantástica.


RK: Nossa, foi divertido você mencionar isso, Pat, porque nós estávamos trabalhando na setlist desses shows do Subculture e tentamos decidir se colocamos essa música ou não. Cada show tem uma setlist diferente para nós – na verdade, muda uma ou duas músicas. Então eu acho  que “Radmes Letter” é tão curta e doce que encaixa muito bem.


PC: No tópico das composições de Tim Rice, a sua gravação de “Anthem” do musical Chess é também esplendida. Você tocaria o americano, contudo?


RK: Claro, com certeza, pelo menos se eu conseguir cantá-lo. (risos)


PC: Essa é uma outra coisa difícil de encarar.


RK: Esse é outro roteiro que eu adoro também. Desde que você mencionou isso, eu ofereci aos americanos algumas vezes em alguma pré-produção de “Chess” e eu fui e fiz uma audição. 


PC: Como foi essa experiência para você?


RK: Bom, eles disseram “Traga uma música de rock” e eu pensei “Eu não vou levar nada, apenas essa música” , a música “Pity The Child”. Se eu não puder cantar essa música, não tem como eu fazer o personagem. 


PC: Como foi?


RK: Bom, eu fiquei meio surpreso, eu tenho que admitir. Então eu adoraria fazer isso, seria muito divertido interpretar o americano.


PC: Josh Groban recentemente me contou que espera em fazer um Broadway revival num futuro próximo, então você poderia dar sorte.


RK: Uau, isso é interessante. Eu não sabia sobre essa nova versão. Eu estou curioso para ver que versões eles vão decidir porque Chess é um enigma para mim – novamente, a música é inacreditável e eu acho que é uma história interessante, mas por alguma razão, não consegue traduzir isso para o público.


PC: Tem um descompasso quando é apresentado no palco, alguma vezes.


RK:  Sim, exatamente. Eu espero que eles façam como Pippin fez e façam uma versão definitiva para apresentar na Broadway agora.


PC: E Sondhein? Você tem algum desejo de cantar alguma música dele?


RK: Eu cantei alguma coisa de Sondhein na minha turnê recente pela Ásia, mas a verdade é essa – eu não sei muito sobre musicais em geral. Eu sou aquele cara que nunca assistiu O mágico de Oz até recentemente – eu nunca ouvi a música da Judy Garland. É um sacrilégio admitir isso, mas ao mesmo tempo, eu estou sempre aprendendo coisas novas. Quando eu vi Pepper há dois meses atrás, eu não sabia nada sobre isso, nem sobre a música, nada e eu fiquei encantado. Musical ou músicas de musicais não foi uma coisa com a qual eu cresci ou algo que eu queria fazer. Eu não estudo isso, eu não aprendo dessa forma. Não tem músicas de musical nem no meu iPad, mas eu amo fazer isso. Eu realmente amo fazer isso.




PC: Você prefere fazer do que estudar.


RK: Sim, eu acho que eu vou guardar isso para o momento certo. 


PC: Você escuta muita música em geral quando você está em casa relaxando?


RK: Sim, estou sempre escutando bluegrass e coisas do gênero.


PC: Você é mais livre para interpretar quando você não tem uma grande experiência. Isso é interessante. 


RK: Eu acho que é verdade. Sierra (Bogges) sempre diz para mim nessa última turnê que nós fizemos – e eu acho que uma das razoes porque nós somos ligados – “Ramin, você não pode mudar isso!” e eu sempre dizia “Por que não? Por que não tentar?”


PC: Como eu disse a Sierra naquela época, vocês dois usaram a técnica de Chekhov fora do material e a atuação foi brilhante. Você já tinha feito o papel antes dos 25 anos, certo?


RK: Sim, eu fiz o papel quando eu tinha 26 ou 27 anos e eu participei do aniversário de 20 anos -  o primeiro grande aniversário. Então, depois disso eu fui selecionado para fazer o papel. Eu fiquei em choque quando eles me chamaram porque eu não sabia que eles tinham me considerado. Mas, falando sinceramente, eu não tinha nem pensado nisso. Quero dizer, eu não penso “vou mudar isso” ou “vou cantar diferente aqui”, eu só faço! Eu sigo meus instintos no momento e aí eu vejo como as pessoas reagem para ver se funcionou. Como agora quando você me lembrou daquela sua grande questão, obviamente o que eu fiz, funcionou para você. Então, é muito legal ouvir “Eu nunca vi desse jeito, eu nunca esperava isso”. 




PC: Como foi o processo inteiro de preparação para os 25 anos do Phantom considerando que era ao vivo? 


RK: Bem, nós fomos refinando as coisas durante o tempo de ensaio. E, durante esse tempo eu tentava confiar nos meus instintos – eu sempre faço muito muitas anotações antes de fazer o trabalho em si, mas eu quero honrar tudo isso com a minha interpretação. Se me permitirem interpretar do meu jeito, eu continuo assim. Eu sempre penso que eu consigo trazer tudo que eu posso, mas no final do dia, o diretor está responsável – ele está no comando. Então, eu vejo como se eu estivesse lá para fazer acreditar em uma coisa que não é real, tentando fazer a versão dele da realidade.


PC: Michael Crawford ficou muito impressionado com a sua interpretação e comentou comigo logo após os 25 anos. Você é familiariazado com esse ícone do elenco original?


RK: Sim, claro. Quero dizer, eu sempre fui muito fã de Phantom – então, honestamente, eu tava lá como fã e eu fui muito abençoado por ser um dos principais atores do show também. Mas, Michael Crawford... (pausa - suspiro), ele realmente me inspirou assim como Colm Wilkinson, que foi o primeiro Phantom que eu vi. Phantom com eles mudou minha vida, realmente mudou. Então, eu realmente não me aproveito as performances deles porque eu sou uma espécie de esponja, então eu vou acabar apenas imitando coisas que eles fizeram, eu acho – mas, definitivamente eles são as melhores referencias para o papel.  Obviamente, eu seria um bobo se eu não fosse inspirado pelo homem que criou o papel e eu realmente sou – e por Colm Wilkinson também.




PC: As suas versões dos “hinos” de POTO e LND no seu último álbum são fantásticas. São as músicas que você mais gosta de cantar?


RK: Bem, escute, a realidade é essa, eu odeio gravar (risos). Eu gosto do ao vivo – eu gosto de fazer ao vivo e eu acho que sou melhor ao vivo. Mas, eu tenho que dizer que eu estou gravando um EP agora e eu estou aprendendo muito. 


PC: “New York state of mind” é uma grande faixa do seu primeiro EP “Within the six square inch”. Como ela veio a você pela primeira vez?


RK: Bom, aquele EP começou basicamente quando meu agente me disse “Por que você não grava alguma coisa?“ e eu disse “Claro, vamos fazer uma tentativa!”. Foi basicamente isso, todo dia nós decidíamos a caminho do estúdio o que nós iríamos gravar aquele dia. “New York state of mind” foi decidida no caminho, realmente. Mas, nós não mexermos naquele ábum por aqueles dias mostra a expectativa para “Ramades Letter” – e, cada vez que eu canto uma música, é de um jeito diferente, através dos anos, a maneira com que você faz as coisas muda. Agora que os primeiros EPs já fora gravados, eu posso dizer que se eu for gravar as músicas agora, elas vão soar bem diferentes.


PC: Seu álbum solo da Sony foi gravado com grandes músicas originais, fale primeiro sobre “Cathedrals”. Que atmosfera! 


RK: Bom, Pat, aí vai a sua resposta. Ela é, mais ou menos, isso. Ela tem uma história com um sentimento por trás. Eu acho que é por isso que a Broadway fala tanto de quem sou eu como um cantor solo – porque isso junta Broadway e bluegrass e eu amo ambos, mesmo não estando nem em um nem em outro. Eu nunca fiz Broadway e eu sou um cara iraniano que de algum jeito toca o banjo, mas eu sou muito inspirado pelos dois.


PC: Que forma de descrever isso!


RK: (risos) É uma grande história para contar, contudo, “Cathedrals” – é tudo isso. Algumas músicas do álbum são muito orquestradas e produzidas, então quando nós as fazemos ao vivo, nós fazemos com guitarra e piano e fica tão bonito, talvez até mais bonito. É o que eu gosto na maioria desses shows, eu acho. 


PC: A sua versão ao vivo de “Anthem” é tão inovadora. O arranjo veio apenas de tocar o bando como ela é?


RK: Com “Anthem”, eu estava em casa e pensei “eu adoro essa música. Como eu posso deixar ela com o jeito Broadgrass?” e foi até bem fácil, porque eu poderia tocar os acordes – eu não sou um grande músico. Foi a mesma coisa para “Empty chairs at empty tables” (de Les Miserables) quando nós pusemos um banjo nela. Nós nunca quisermos tirar o tom de drama da música, então “Anthem” tem que ter essa marcha porque na verdade é um hino. Então, eu estava tipo “Que tal se nós tentássemos adicionar a batida 12/8 de Mumford and Sons?” e nós fizemos e funcionou. Então nós adicionamos a harmônica e coisas do tipo e eu percebi “Isso é muito divertido!” porque eu quero me divertir nos meus shows também. 


PC: Como era de se esperar.


RK: Mas, eu fiquei feliz que você mencionou isso, porque isso me inspira a pensar em outras músicas. Agora mesmo, eu estou pensando “Hmmm, o que nós podemos fazer com “Memory” do Cats? Como nós podemos fazer isso funcionar? E Fiddler on the roof?”. Então, se eu sair em turnê depois disso, tem muita coisa que eu gostaria de fazer – então, quem sabe eu não vou estar em turnê ano que vem. Músicas de musicais são grandes canções. Nos dias anteriores ao rock, essa era a música das pessoas, eles cantavam Cole Porter e Irving Berlin.  




PC: Qual a sua opinião sobre as grandes óperas rock como Jesus Christ Superstar e Tommy. Você parece ideal para os dois.

RK: Hmmm, interessante você dizer isso. Eu gostaria de cantar "Could We Start Again Please" nos meus shows às vezes – é uma grande música que eu realmente gosto.  


PC: Você já considerou fazer algum dueto com alguém que já fez Phantom? Eu vi que você postou vídeos com Peter Joback.


RK: Sim, na verdade nós somos grandes amigos, Peter e eu – eu sou um grande fã dele, claro. Nós vamos nos encontrar em New York e espero gravar alguma coia juntos. Se der certo, nós compartilhamos, se não der, então nós vamos passar uma tarde nos divertindo muito. (risos)


PC: Você vai tocar alguma música de Mumford and Sons nos show do Subculture – “White blank page”, talvez?


RK: Caramba! Eu não acredito que você me perguntou isso! Sim! Na verdade, pusemo-la novamente na lista – quero dizer, vai ser um show de relembrar coisas. Nós temos um cara no violão, banjo e mandolin, eu no violão e no banjo, outro cara no violão e o cara do piano – então eu pensei “Nós podemos por essa música de volta e fazer uma versão obsesionante dela”.  Então, provavelmente vamos por “White blank page” de volta nos shows de Subculture. 


PC: E outras que você tem tocado recentemente, como talvez “Murder in the city”?


RK: Bom, essas músicas como “Murder in the city” – nós geralmente colocamos se o momento pedir, entende?!


PC: Se você estiver motivado para cantá-la.


RK: Sim, até “Music of the night” e “Till I hear you sing” – se eu nao estiver com vontade de cantar, eu não vou. Para mim, eu odeio a palavra “expectativa” e, enquanto isso irrita as pessoas, eu prefiro dar 100% do meu coração todo o tempo do que dar 50% porque eu tenho que cantar a música. Então a setlist muda todo o tempo e a versão das músicas também. Então, eu odeio fazer uma versão que não me agrada e desaponta-los – especialmente porque tem tantas músicas para escolher. Eu penso que nós estamos em grande posição dessa maneira.




PC: Parte do que fez os 25 anos de Phantom tão vivo e constrangedor é a sensação de experimentar, da ousadia e do risco – parece ser parte fundamental da performance para você. O risco sempre vale a pena ou você tem alguns maus momentos?


RK: Sempre, sempre – aceite o risco! A única vez em que eu acho que não funciona é quando eu me escuto– é como ensaiar numa sala com espelhos, se voce consegue ver você mesmo, então você está fora do momento. Você não pode assistir o momento e estar nele ao mesmo tempo, entende?


PC: Uma coisa muito instrutiva.


RK: Eu sempre digo para as pessoas que algumas das minhas melhores interpretações aconteceram quando eu estava doente – quando você tem uma dor de garganta ou alguma coisa assim e você diz “o que tiver que ser será!” e você faz isso, você não espera nada de você mesmo, só fazer o seu melhor. É assim que eu descubro que eu fiz a melhor apresentação -  por outro lado, eu fico muito preocupado “Eu fiz essa nota certa?” ou “isso se encontrou?”. É sobre contar uma história  - é sobre a vida real – e aquele momento em que você para de se preocupar com o que as pessoas pensam, de repente eu me sinto mais livre e eu começo a me curtir. Mas, respondendo a sua pergunta anterior sobre fazer algum papel de Sondhein, agora que eu parei para pensar nisso, Bobby em “Company” – é um papel que eu gostaria de fazer algum dia. 



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